TICs no Ensino de Ciências: expectativas

A graduação para o docente representa uma das etapas da trajetória desse futuro profissional, considerando que na formação inicial somos contemplados por diferentes possibilidades de ensino, sobre as quais, caberá a cada um de nós optar e assumir no contexto escolar. Neste sentido, meus desejos formativos em relação à esse componente curricular se referem ao aproveitamento e integração das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem em Ciências, em que a internet, por exemplo, possa figurar como um auxílio na compreensão, avaliação e análise dos temas em estudo. Nessa perspectiva, espero, partindo do reconhecimento e compreensão das TICs, poder estabelecer distinções, quanto a apropriação ao ensino, entre os inúmeros recursos didáticos que a web nos oferece.

Alexander Fleming: a descoberta do primeiro antibiótico

Nasci em Lochfield, no sudoeste da Escócia. Diplomado pela escola médica do hospital de St. Mary, Universidade de Londres, iniciei minhas pesquisas científicas no departamento de vacinas, sob a orientação de Almroth Wright (pioneiro da vacinoterapia). Cheguei à descoberta da penicilina e de suas propriedades antibióticas em 1928, ao observar uma cultura de bactérias do tipo estafilococo e o desenvolvimento do mofo a seu redor, onde as bactérias circulam livres. Na realidade, o meu laboratório está habitualmente bagunçado, o que resultou em uma grande vantagem para essa descoberta. Foi em setembro daquele ano, me recordo como se fosse hoje, eu estava realizando vários experimentos e ao inspecionar algumas culturas antigas a fim de destruí-las, notei que a colônia de um fungo havia crescido espontaneamente, como um contaminante, numa das placas de Petri semeadas com Staphylococcus aureus. Estava prestes a lavar as placas, quando Merlin Pryce, meu antigo assistente, entrou no laboratório e me perguntou como estavam as pesquisas. Foi então que resolvi apanhar novamente as placas para explicar alguns detalhes à ele e nesse momento percebi que, em uma das placas, havia uma área transparente ao redor do mofo, indicando que não havia bactérias naquela região. Aparentemente, o fungo que tinha causado o mofo estava secretando uma substância que matava as bactérias. Então identifiquei que se tratava do fungo Penicillium notatum e por isso, nomei a substância produzida de penicilina. Posteriormente, descobri que a penicilina matava também outros tipos de bactérias e o melhor: ela não era tóxica para o corpo humano, o que significava que poderia ser usada como medicamento.

Ainda, aprofundando a pesquisa, constatei que uma cultura líquida de mofo do gênero Penicillium evitava o crescimento dos estafilococos. Publiquei os resultados desses estudos no British Journal of Experimental Pathology em 1929, mas não obtive reconhecimento nem recursos financeiros para aperfeiçoar o produto durante os anos seguintes.

No entanto, o antibiótico despertou o interesse dos investigadores norte-americanos, que durante a Segunda Guerra Mundial tentavam imitar a medicina militar alemã que possuía as sulfamidas. Os farmacêuticos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey descobriram o método de extração e purificação da penicilina como também os ensaios clínicos. Assim, Howard Walter Florey, Ernest Boris Chain e Norman Heatley foram os responsáveis pela transformação da penicilina em medicamento antibiótico, porém isso somente foi possível após meus créditos pela pesquisa clínica gerenciada por Florey.

Nos anos seguintes, os fungos já podiam ser cultivados em laboratórios e iniciou-se nos Estados Unidos (EUA) a produção em escala industrial de antibióticos. Em 1945 recebi, juntamente com Florey e Chain, o Nobel de Fisiologia e Medicina. Além disso, optei por não patentear minha descoberta, pois assim seria mais fácil a difusão de um produto necessário para o tratamento das numerosas infecções que castigavam a população. Além disso, não inventei a penicilina, a natureza é que a fez, eu só a descobri por acaso.

Também é necessário destacar que a penicilina foi testada em meu paciente Harry Lambert. A temperatura do seu corpo subia e enfrentava constantes e incontraláveis espasmos. O quê Harry parecia ter era gripe, mas a medida que seu estado foi piorando, começaram a surgir sintomas de meninginte. As chances de vida de Harry eram realmente muito pequenas. Entretanto, logo que a penicilina foi enjetada foi possível verificar o extraordinários efeito produzido por ela, sua febre lentamente passou, voltando ao um estado normal.