Prazer, meu nome é Charles Augustin de Coulomb!

Prazer, meu nome é Charles Augustin de Coulomb! Já estou morto a mais de séculos, mais precisamente desde 23 de agosto de 1806, mas fui solicitado (incomodado, na verdade) para contar um pouco da minha trajetória de vida para vocês.

Eu era um físico francês, estudei e pesquisei muito em relação à eletricidade e o magnetismo. Nasci em 14 de junho de 1736 em Angoulême, na França, inclusive também morri na França, mas em Paris. Estudei matemática, astronomia, química e botânica no College Mazarin, me formei em engenharia militar na École du Génie, em Mézières.

Passei nove anos onde antigamente chamavam de “Índias Ocidentais”, hoje vocês chamam de América, supervisionando a construção do “Fort Bourbon”, em Martinique, onde pude realizar muitos experimentos sobre mecânica de estruturas, atrito em máquinas e elasticidade em materiais, esses estudos foram a base da teoria da resistência dos materiais. Porém, esse período nas províncias abalou muito a minha saúde, então tive que voltar para Paris, e passei a me dedicar somente à experimentação científica e trabalhos sobre a mecânica aplicada.

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Meu primeiro artigo foi “Sur une application des règles, de maximis et minimis à quelque problèmes de statique, relatifs à l’architecture”, dizem que contribui muito para a utilização de cálculos precisos no âmbito da engenharia. O meu trabalho que ficou mais famoso foi o que tratei sobre o equilíbrio de torção, mostrei como a torção pode viabilizar medidas de forças muito pequenas com grande precisão e descrevi um método que utiliza fibras de diversos materiais, que foi um aperfeiçoamento da balança de torção, utilizada por um companheiro meu, o Cavendish, para medir a atração gravitacional. Eu mesmo criei uma balança de torção para poder medir as oscilações de imãs suspensos por fios finos; formulei a equação dos movimentos de uma agulha imantada no campo terrestre, integrei-a para as pequenas oscilações e mostrei que se pode deduzir, a partir de seu período, o momento da força de imantação, afirmei ainda que era possível comparar entre si os momentos magnéticos de diversos imãs, pra isso construí a balança. E assim, comprovei experimentalmente que a força de interação entre duas cargas elétricas é inversamente proporcional ao quadrado de suas distâncias. Naquele tempo, não existia qualquer método para medir a quantidade de carga de um objeto, então eu utilizei uma técnica, que até eu me surpreendo ao lembrar, me baseei no princípio de simetria, comparei os efeitos produzidos pelas diferentes quantidades de carga, conseguindo, dessa forma, demonstrar que o módulo da força elétrica depende do valor absoluto das cargas. Também estabeleci as leis quantitativas que regem as interações entre os polos magnéticos, idênticas as leis quantitativas da eletrostática. Ainda que paralelas, essas leis na minha época eram ciências separadas, pouco tempo depois que eu morri – estranho isso né, morri – então, pouco tempo depois desse acontecimento é que essas áreas se fundiram em um nova ciências – o eletromagnetismo.

Ganhei prêmios da Académie des Sciences pelos meus estudos sobre o eletromagnetismo e as leis de atrito (em máquinas simples). Depois desses premio decidi me dedicar exclusivamente a Física, não realizei nenhum outro projeto de engenharia, apenas como consultor. Assumi um posto permanente na Academia de Ciências.

Atualmente, em minha homenagem, a unidade de carga elétrica (quantidade de eletricidade) no Sistema Internacional (SI) chama-se Coulomb, que é definida como sendo a carga elétrica que atravessa, em um segundo, uma seção transversal de um condutor percorrido por uma corrente elétrica de um ampère. Também, em uma Lei, que é chamada Lei de Coulomb da teoria da eletricidade, que descreve que a força entre duas partículas que possuem carga elétrica é proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas sendo atrativa para cargas de sinal oposto e repulsiva para cargas do mesmo sinal.

Sim, eu sei, eu fui o cara! Após tantas pesquisas e descobertas, modéstia a parte, eu acho mais do que justo me homenagearem por isso.

Agora acredito que esteja chegando a minha hora, então agradeço pelo tempo que ficaram ouvindo (lendo) a minha história. Até a próxima, na verdade, espero que não tenha uma próxima porque, afinal, acho que estou merecendo um descanso. Obrigado a todos!

 

REFERÊNCIAS:

GOMES, Paulo. Charles Augustin de Coulomb. 2007. Disponível em: http://www.sabereletronica.com.br/secoes/leitura/41. Acesso em: 09/05/12. (Originalmente publicado na revista Mecatrônica Fácil - Ano 3 - Edição nº17)

 

E- ESCOLA. Charles Augustin de Coulomb. 2002. Disponível em: http://www.e-escola.pt/personalidades.asp?nome=coulomb-charles-augustin-de. Acesso em: 09/05/12.

 

______________. Charles Coulomb. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. Disponível em http://www.infopedia.pt/$charles-coulomb. Acesso em: 09/05/12.

 

______________. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/charles-augustin-de-coulomb/charles-augustin-de-coulomb.php. Acesso em: 09/05/12.

______________. Biografia: Charles Augustin de Coulomb. Disponível em: http://likeaphysicist.wordpress.com/2011/09/18/biografia-charles-augustin-de-coulomb/. Acesso em: 09/05/12.